A francesa Amélie Cazé, de 23 anos, é a atual bicampeã mundial no pentatlo moderno
Ela é a atual bicampeã mundial e favorita à medalha de ouro nas Olimpíadas de Pequim. Ainda assim, convive com perguntas de como se sente sendo uma quase anônima apesar dos excelentes resultados. O problema de Amélie Cazé é competir num esporte pouco popular – o pentatlo moderno – e num país com vários craques no esporte. Nos Jogos de Atenas, por exemplo, a França ganhou 11 ouros.
A atleta de 23 anos já chama a atenção da imprensa e da comunidade esportiva. Em abril, surpreendeu-se ao ser chamada para ser a última pessoa a carregar a tocha olímpica pelas ruas de Paris e disse que esperava que fosse escolhido alguém com mais presença na mídia, como o judoca Teddy Riner.
Fez piada com a responsabilidade ("Se eu tropeçar ou se a chama apagar, serei filmada por mais tempo") e disse que virou uma celebridade pelo menos entre os alunos da escola onde dá aula de Educação Física.
– Agora eles me olham de forma diferente e parecem mais atentos – disse Amélie Cazé à imprensa do seu país.
FAVORITA AO OURO COMENTA AS CINCO PROVAS | |
Tiro | "Começar mal no tiro pode fazer com que seja difícil administrar as outras provas. O importante é não pensar que é o fim, mas agir com tranqüilidade e realizar as outras modalidades como se fossem a primeira." |
Esgrima | "É a minha modalidade preferida e um dos meus pontos fortes. Hoje não penso em competir em só um esporte, mas já considerei essa hipótese em relação ao esgrima." |
Natação | "Cheguei ao pentatlo moderno por meio da natação, que é a minha especialidade. Fiz o melhor tempo da natação dos Jogos de Atenas." |
Hipismo | "Eu lido com cavalos desde a infância e demorei a ver o hipismo como uma competição. Há um pouco do acaso na prova, já que os cavalos são sorteados." |
Corrida | "Corrida é a modalidade que eu preciso treinar mais… mas que não gosto de treinar (risos)." |
OBS: Declarações ao jornal francês "L’Équipe" |
O único ponto fraco da atleta é a corrida
Na opinião da brasileira Yane Marques, que também vai a Pequim, será muito difícil tirar o ouro de Amélie Cazé. Quem tem mais chances de conseguir esse feito é a egípcia Aya Medany.
– Ela faz muito bem três provas: natação, hipismo e esgrima. Nessas três, a chance de ela ir mal é quase zero, mesmo se ela ficar no sorteio com um cavalo ruim. Isso já aconteceu antes e ela foi bem. No tiro, ela tem um desempenho normal. E a corrida é o seu ponto fraco – diz a brasileira.
Amélie Cazé foi a primeira francesa a conquistar um título mundial no pentatlo moderno. No futuro, quando não tiver mais preparo físico para agüentar a modalidade, ela planeja passar para o hipismo.
Palavra de especialista
"A tendência é que Amélie Cazé fique com a medalha de ouro nas Olimpíadas, assim como aconteceu no último Mundial (em maio, na Hungria). O risco é ela ir mal no tiro, que é a primeira prova, e ficar abalada psicologicamente. Mas atletas de ótimo nível, como ela, têm um rendimento constante e dificilmente vão mal. O ponto fraco dela é a corrida. No Mundial, ela foi bem nas quatro provas e mal na corrida, mas ficou com o primeiro lugar."
Yane Marques, atleta brasileira que vai às Olimpíadas de Pequim