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Uma bela história que teve início 10 anos atrás

21/10/2011 12h32
CBPM

Primeira década da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno (CBPM) é lembrada por quem fez parte da história da entidade

Neste 21 de outubro, o Pentatlo Moderno brasileiro está em festa. Há exatamente 10 anos atrás nascia a Confederação Brasileira da modalidade, a CBPM. De lá pra cá, muita coisa mudou e a história da categoria no país hoje é bem diferente (e muito melhor) daquela iniciada em 2001. Bastou um pontapé inicial para essas mudanças serem iniciadas.

“Não chegou nem a ser uma ideia, mas sim uma necessidade. Foi o prosseguimento de um processo natural de criação de confederações específicas a partir do desmembramento da famosa Confederação Brasileira de Desportos (CBD), que englobava praticamente todos os esportes”, reforça o Coronel Heber.

O oficial do Exército Brasileiro teve um papel fundamental no início das atividades da CBPM, encabeçando todo o processo para a fundação da Confederação. À época, o Major Heber já se apresentava com uma vasta bagagem esportiva em seu currículo. Havia praticado natação, vôlei, iatismo, polo aquático e Pentatlo Moderno. Como instrutor, tinha treinado equipes de atletismo, vôlei, natação, polo aquático, pentatlos militar e Moderno.

A primeira investida como dirigente aconteceu quando foi convidado, em 1996, para ser o diretor da modalidade que o consagraria, então regulamentada pela Confederação Brasileira de Desportos Terrestres. Exerceu a atividade voluntariamente sem remuneração. Cinco anos depois, encararia um estágio mais complexo da administração esportiva com a investida da criação da CBPM. Para ele, “foi tudo muito rápido”. E foi mesmo!

Do movimento para a fundação da nova entidade até ela sair do papel se passaram apenas dois meses. O curto tempo foi possível já que não enfrentou nenhuma dificuldade, mesmo com uma vasta lista de obrigações a cumprir: criação de federações, cada uma contendo pelo menos três clubes; elaboração e aprovação do estatuto da entidade; escolha da diretoria; registro no cartório; e solicitação ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e à União Internacional de Pentatlo Moderno (UIPM) para assumir a representatividade da modalidade.

O apoio de personagens ilustres no cenário interno e externo do esporte olímpico foi importante para o sucesso da empreitada. Dentre eles, os presidentes do COB, Carlos Arthur Nuzman, e da UIPM, Klaus Schormann. E os incentivos não pararam por aí.

“No trâmite burocrático, tive uma ajuda importante do então Major Jacintho Maia, que se tornou o primeiro secretário-geral da CBPM. Além disso, contei com outras pessoas ligadas ao desporto na criação das federações. São elas: César Augusto Lima, no Distrito Federal, Jefferson Hernandes, no Rio de Janeiro, e Ricardo Castillo e Silvio Sampaio, no Rio Grande do Sul”, enumera Heber.

A recém-criada CBPM já nasceu pensando grande. No seu primeiro dia de funcionamento, Heber enviou um fax ao presidente da Confederação Pan-Americana de Pentatlo Moderno, Ivar Sisniega, para oferecer a candidatura do Brasil para organizar o Campeonato Pan-Americano da categoria em 2002, no Rio de Janeiro. O pedido foi concretizado, tirando o país do jejum de oito anos na organização de um evento mundial da modalidade.

A entrada da Confederação no circuito resolveu também um grande problema logístico para os pentatletas de até então. Até o surgimento da entidade, as competições eram realizadas sem qualquer verba e o pagamento das passagens e hospedagens das viagens nacionais e internacionais, na sua grande maioria, saía do bolso dos atletas, técnico e dirigentes.

2001: uma odisséia anunciada

Na fundação da CBPM, o então Major Heber poderia não fazer ideia de que 10 anos depois a modalidade já estaria no caminho fortemente certo para sua consolidação no país. Por outro lado, soube ver as necessidades mais emergenciais onde deveria atuar.

“Naquela época, o desempenho do Pentatlo Moderno brasileiro não estava compatível com a estatura desportiva do Brasil no cenário internacional, quer seja por falta de recursos ou mesmo por falta de política de desenvolvimento da modalidade”, avalia.

O primeiro objetivo traçado foi o retorno aos Jogos Olímpicos, em Atenas 2004. A ausência brasileira na modalidade em uma Olimpíada já durava 40 anos. Daniel Santos e Samantha Harvey conseguiram acabar com essa marca competindo na Grécia.

Outra preocupação da jovem Confederação foi com a criação de centros de prática da modalidade. A ideia era descobrir talentos locais para o esporte, uma prévia do que viria a ser o PentaJovem, projeto de formação de base que a CBPM mantém há mais de dois anos nas capitais fluminense e pernambucanas.

“O projeto teve grande impulso na atual gestão da CBPM, especialmente no Rio de Janeiro, em Deodoro, e em Recife, no Colégio Salesiano”, enfatiza Heber.

No entanto, muito antes, a iniciativa deu um tiro certeiro logo de cara em Recife, em 2003. A primeira competição de biatlo (corrida + natação) organizada pela recém-fundada Federação Pernambucana de Pentatlo Moderno para a revelação de pentatletas em potencial trouxe ninguém menos do que Yane Marques.

A pentatleta é uma das principais responsáveis por levar o nome do país mundo afora no esporte olímpico. Pelas recentes conquistas obtidas, Yane se tornou o principal nome brasileiro na história do Pentatlo Moderno, figurando há mais de um ano entre as 10 primeiras no ranking mundial da modalidade. Nos 10 anos da CBPM, a pernambucana é a personificação do que é um trabalho planejado, com metas e serenidade.

“Esperava que no masculino tivéssemos maior representatividade, mas ao mesmo tempo, já sabia que seria muito difícil competir com países tradicionais e que nunca interromperam a prática da modalidade no alto nível”, ressalta Heber.

Para o Coronel, o Brasil conseguiu, de certa forma, se encaixar nas primeiras disputas femininas do Pentatlo Moderno, que só se iniciaram nos anos 90. “A entrada das pentatletas em uma Olimpíada aconteceu em Sidney, no ano 2000. Havia e ainda há maior possibilidade de figurar entre os melhores países no mundo nesta categoria”, acrescenta.

Por outro lado, o militar já projeta para 2015, uma grande quantidade de atletas, técnicos e dirigentes suficientes para que o Brasil compita de igual para igual com qualquer país no cenário internacional. Ele acredita que os Jogos Olímpicos de 2016 são a grande oportunidade de alavancar a modalidade no país.

“Se o PentaJovem for implementado em todas as federações, aparecerão novos atletas e fará com que o Pentatlo Moderno brasileiro tenha perenidade, por meio da renovação”, acredita.

O Coronel reforça sua expectativa pelo bom momento da modalidade no país atualmente, citando que há boa representatividade brasileira em todas as categorias. “Este ano, será a primeira vez que o Brasil se fará presente nos mundiais Jovem A, Júnior e Sênior, tanto no masculino quanto no feminino”, revela.

 

  • DIRIGENTE, TÉCNICO E ATLETA

A relação do Coronel Heber com o Pentatlo Moderno vai muito além das questões de diligências da modalidade no país. Praticante de atividade física desde sempre, já foi nadador, jogador de vôlei e de polo aquático, iatista e pentatleta. Devidamente gabaritado pelo curso de Instrutor de Educação Física do Exército, treinou equipes esportivas no atletismo, vôlei, natação, polo aquático e os pentatlos militar e moderno.

Como pentatleta, Heber foi um fiel representante da categoria. Tem um título Brasileiro, um Sul-Americano e terminou em 13º no revezamento masculino (ao lado de Nilton Rolim e Daniel Santos) do Campeonato Mundial da Bulgária, todos eles em 1997. Como fundador da CBPM sabia do que estava falando

“Fui atleta, técnico e depois dirigente ao mesmo tempo, de 1994 a 1998. Exercia minhas atribuições desportivas sem qualquer prejuízo das atividades profissionais, que depois da família, são minha prioridade”, conta.


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