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Yane já treina na China no horário das provas

18/08/2008 19h52
CBPM


 Após quase um mês de treinamento  em Bordeaux ( França ) e Seul ( Coréia do Sul )  Yane Marques chegou  ontem, domingo, a Pequim preparada para o desafio de um bom desempenho na prova feminina do pentatlo moderno  da próxima sexta, 22, quando competirá com outras 35 atletas.  A jovem pernambucana de Afogados da Ingazeira, medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos do ano passado ,no Rio, teve durante todo esse período de treino no exterior a companhia de  Larissa Lellys, também de Pernambuco e que já retornou ao Brasil, e do sergipano  Wagner Romão, escolhido pela UIPM – União Internacional do Pentatlo Moderno – como reserva para a prova masculina das Olimpíadas. Romão   não pode ficar hospedado na Vila Olímpica e está alojado pela UIPM em um hotel no centro da capital chinesa.  

Yane Marques foi a última atleta da delegação brasileira a ingressar na Vila Olímpica e sua primeira atividade foi uma massagem na seção de fisioterapia disponibilizada pelo COB seguida por rápida visita às instalações da sala de musculação, piscina e sauna. Ela, que participa pela primeira vez de uma Olimpíada, ficou impressionada com a grandiosidade do local. Nesta segunda a brasileira treinou tiro e esgrima pela manhã e  natação ecorrida na parte da tarde no mesmo horário em que as provas serão disputadas para "entrar no fuso horário da competição" .

  Em Seul Yane treinou junto com várias de suas  adversárias olímpicas, inclusive as três primeiras colocadas do ranking mundial, a francesa Amelie Caze; a egípcia Aya Medany e a alemã Lena Schoneborn. Nessa fase final de polimento ,foi reduzido o volume de treinos e aumentada a intensidade dos mesmos, como declarou Cerqueira-Lima,  diretor técnico da CBPM – Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno – que elogiou as instalações da Universidade de Educação Física da capital da Coréia do Sul : " Felizmente, tudo saiu como planejado.O treinamento da esgrima chegou a ter 60 atletas se revezando em 12 pistas; o do tiro foi todo ele realizado no estande eletrônico; na natação a piscina utilizada foi de 50 metros e a corrida em piso que permitiu a utilização de sapatilhas , enfim, tudo semelhante ao que iremos enfrentar nas olimpíadas "-  frisou o diretor.


 

Pentatlo Moderno, prova femininaHorário das provas  Sexta, 22 de agosto 2008

Horário  de Pequim

   

08h30m –08h50m

Tiro

09h50m– 12h40m

Esgrima

 

 

   

14h10m– 14h35m

Natação

   

16h30m– 18h20m

Equitação

19h – 19h15m

Corrida

19h30m– 19h40m

Cerimônia de premiação

 

 

NewsPress / Clipping   / ÚLTIMO SEGUNDO , terça ,19 de agosto de 2008
Último Segundo 
18/08/2008 – 07:54

BRASIL COM “Y”

PEQUIM (canso só de pensar) – De moderno, o pentatlo não tem nada, embora venha acompanhado do adjetivo desde 1912, quando a modalidade estreou nos Jogos de Estocolmo. Na Grécia Antiga, era a competição que consagrava os atletas mais completos: corrida de 200 m, lançamento de disco, arremesso de dardo, salto em distância e luta livre para arrematar.

Em 1912, o Barão Pierre de Coubertin resolveu inovar. Diz a lenda que quis homenagear os soldados franceses que sofreram o diabo na guerra com a Prússia e recriou o pentatlo baseado naquilo que eles precisavam saber para derrotar os inimigos: atirar no meio da testa deles, furá-los com uma espada, atravessar rios a nado, montar cavalos roubados e sair correndo se desse tudo errado.

Assim nasceu o pentatlo moderno, que teve como seu mais célebre competidor em Olimpíadas o general americano George Patton, quinto colocado em Estocolmo — herói doidão da Segunda Guerra, um alucinado que acreditava ter lutado em Tróia e servido ao imperador Júlio César em outras vidas.

A delegação brasileira tem uma representante no pentatlo moderno, o “Y” de nossa série olímpica. É Yane Márcia Campos da Fonseca Marques, 24 anos, pernambucana de Afogados da Ingazeira, pequena cidade de 35 mil habitantes a 375 km de Recife, no Sertão do Pajeú, terra do cangaceiro Adolfo Meia-Noite, cabra macho da peste.

Aos 11 anos, ela se mudou com a família para a capital. Pai, mãe, um irmão e duas irmãs. A mãe, funcionária pública. O pai, funcionário da Celpe, a Companhia Energética de Pernambuco. Lá, deu suas primeiras braçadas na escola de natação Nikita. Então, foi fundada uma federação de pentatlo moderno no Estado e ela foi convidada para conhecer a modalidade. Começou a praticar em 2003. Nunca tinha dado um tiro, segurado uma espada ou montado um cavalo na vida.

Aprendeu rápido a seqüência de provas que formam o pentatlo moderno: tiro esportivo com pistola de ar, 10 metros; esgrima, combates-relâmpago com espada de um minuto cada, no máximo; natação, 200 m livre; hipismo, saltos com 12 obstáculos (um duplo e um triplo) com cavalo sorteado; e corrida de 3.000 m em qualquer tipo de piso — aqui será sintético.

Tudo no mesmo dia, começando às 8h30 e terminando quase 12 horas depois. Uma maluquice, em resumo. Yane compete sexta-feira, dia 22. Chegou ontem a Pequim, depois de 17 dias treinando em Seul, na Coréia. E conversou com este blog, que adorou o sotaque da menina e sua sinceridade: “Eu ganhei medalha de ouro no Pan e as pessoas acham que vou chegar aqui e ganhar de novo. Não é assim, não. Olimpíada é outro patamar. Me perguntam se eu vou levar medalha, e eu respondo que estou indo buscar, mas não garanto que vou trazer”, diz, divertida.

Quando você começou, já tinha noção das outras provas além de natação?

Tinha, não. Comecei tudo do zero. Quer dizer, eu já nadava e correr é um negócio normal, né? O resto era tudo novidade. Mas eu me adaptei bem a todas as provas. É meio complicado para treinar, porque precisa de estande de tiro, lugar para praticar equitação, mas eu tento fazer tudo lá em Recife, mesmo.

Qual delas é a mais complicada?

Cada uma tem a sua dificuldade, mas eu acho que é o hipismo, porque no pentatlo a gente não conhece o animal, ele é sorteado na hora da prova. Mas é igual para todo mundo.

Os especialistas dizem que é preciso treinar pelo menos uns dez anos para se tornar um pentatleta de bom nível. Você começou outro dia e já tem bons resultados. Como é que conseguiu, tão rápido?

Pois é, menino, eu faço cinco anos de pentatlo em outubro… Acho que é porque algumas provas exigem muito fisicamente, e eu sou nova e bem preparada. As outras são mais técnicas, é questão de treino. Não sei, acho que foi o destino. Mas treino e dedicação também ajudam.

O ouro no Pan foi uma surpresa para você?

Sim, claro. Achei que o ouro seria quase impossível. Mas acho que acordei num daqueles dias, sabe?

Sei. Aqueles em que dá tudo certo…

Pois é, menino, deu tudo certinho. Mas aqui é diferente, as pessoas precisam entender que Olimpíada é outro patamar.

E qual seu objetivo em Pequim?

Vim aqui para dar o meu melhor. O que tinha de treinar, foi treinado. Eu quero é sair satisfeita, independentemente do resultado, porque fiz tudo que tinha de ser feito. Mas a realidade de uma Olimpíada é bem diferente de um Pan-americano. Eu fiquei me preparando na Coréia e lá, só na esgrima, podia jogar num centro de treinamento com 20 ou 30 adversários por dia. Em Recife, somos cinco. Então, não tem comparação. Na Hungria, por exemplo, o pentatlo moderno é o esporte nacional. Fora a turma do Leste Europeu.

Esporte nacional na Hungria?

É, as mães colocam as crianças desde pequenininhas para fazer pentatlo. Acho que é pra elas ficarem cansadas de noite.

Falando nisso, em que estado você termina um dia de prova?

Menino… No começo eu ficava que não conseguia nem andar direito no outro dia. Hoje é mais tranqüilo. Uma dorzinha aqui, outra ali, uma puxadinha na coxa, mas já acostumei.

A ordem das provas é meio cruel, não?

A gente começa com o tiro, quando a cabecinha ainda está normalzinha. Aí vem a esgrima, e começa a ficar na pilha. Porque são todos contra todos, e aqui são 36 competidores, então vou fazer 35 lutas. Um minuto de luta, ou um toque no outro. Se empatar, os dois perdem pontos. Aí vai para a natação, que é normal, o hipismo, que tem aquele problema do cavalo sorteado, e depois a corrida, com o que sobrou do dia. Um bagaço só.

Bom, então vamos fechar com minhas perguntas moderninhas… Cite cinco atletas que você admira.

Deixa eu ver… Gustavo Borges, Rodrigo Pessoa… Pô, cinco?

Podia ser pior, se você disputasse o decatlo…

Bom, então deixa eu pensar… Coloca aí uma francesa, a Amelie Case, que vai competir comigo. Faltam dois, né?

É. Pode ser alguém do passado.

Do passado já falei o Gustavo Borges. Não vou ficar falando de museu, né? Mas pode colocar dois do passado, sim: o Guga e o Ayrton Senna.

OK. Agora, cinco coisas que você gosta de comer.

Massas, feijão, caranguejo, camarão e tudo que é doce.

Para terminar, se você encontrasse o gênio da lâmpada e pudesse fazer cinco desejos, quais seriam?

Bom, acho que o primeiro seria ganhar uma medalha olímpica. Depois, ter uma família bem grande, eu adoro família. O terceiro… Me realizar profissionalmente. Quero continuar trabalhando com esporte. Quarto: mais humanidade por parte dos políticos, das pessoas que comandam o mundo. E por último, mais paz e fé nos corações de todo mundo.

Enviado por: Flavio Gomes – Categoria: Pequim 2008


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