Nos Jogos Mundiais Militares, as cinco provas da modalidade serão realizadas nas arenas construídas para o Pan de 2007. Disputas começam nesta quinta-feira entre as mulheres
Para um superatleta, instalações a sua altura. Os 58 atletas que vão competir pelo Pentatlo Moderno nos Jogos Mundiais Militares do Rio de Janeiro, a partir desta quinta-feira, 21 de julho, estarão diante de arenas de altíssimo nível técnico. Até sábado, os representantes dos 16 países na modalidade (21 no feminino e 37 no masculino) vão passar pelas provas de esgrima, natação, hipismo e o evento combinado de tiro e corrida no Centro Nacional de Pentatlo Moderno (CNPM), em Deodoro, na Zona Oeste da cidade. Tudo foi verificado pela entidade máxima do esporte, a União Internacional de Pentatlo Moderno (UIPM).
O Brasil vai para a competição com seus principais atletas. No feminino estão Yane Marques, Priscila Oliveira e Larissa Lellys, todas Terceiro Sargento da Comissão de Desportos do Exército no Rio de Janeiro (CDE-RJ) e integrantes do centro de treinamento da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno (CBPM) em Recife, o Salesiano-Powerade/PE.
No masculino, a equipe é formada por nomes de peso do Pentatlo Moderno brasileiro: Luis Magno (Primeiro Tenente), Wagner Romão (Capitão), Daniel Santos (Capitão) e Mcdonnell Maieron (Primeiro Tenente).
Todos os sete representantes da equipe verde e amarela estão reunidos há cerca de um mês na capital fluminense para a reta final de treinamentos visando os Jogos da Paz.
No dia da estreia do Pentatlo Moderno na competição, nesta quinta, dia 21, acontece a disputa entre as mulheres. Na sexta, 22, é a vez dos homens encararem as provas. Já no sábado e último dia, 23, será realizado o revezamento misto, com duplas formadas por um atleta no masculino e outro no feminino, cada. Em todos os dias a ordem das provas é: esgrima, natação, hipismo e o evento combinado de tiro e corrida, sequência definida pela UIPM para todas os torneios da modalidade.
O CNPM já está pronto para receber os pentatletas e tem o grande diferencial de ter todas as arenas das cinco provas bem próximas umas das outras, facilitando o deslocamento dos atletas entre elas.
Na primeira prova do dia, a esgrima, todos os atletas se enfrentam em duelos individuais. Sendo assim, no masculino, cada pentatleta terá 36 lutas e no feminino 20. Um toque com a espada em qualquer parte do corpo define o vencedor do confronto. Se após um minuto não acontecer nenhum contato, ambos os competidores assumem a derrota. Realizar um jogo perigoso, sair dos limites da pista ou dar as costas ao adversário levam à perda de pontos.
“Nesta reta final do treinamento, estamos focando nas ações mais fortes de cada um dos nossos atletas. Teremos grandes adversários, principalmente os sul-coreanos e os italianos, no masculino, e as ucranianas e polonesas, no feminino”, revela o Tenente Metre, treinador de esgrima da equipe.
Logo após a luta com a espada, o atleta passa pela natação. São 200 metros estilo livre, onde quanto mais rápido for, mais pontos receberá.
O atleta já começa com 1.000 pontos. A partir daí, cada 0,33 segundos mais rápido em relação ao tempo de 2min30s são adicionados mais quatro pontos na pontuação final da piscina. Um tempo de 2min29s equivale a 1.012 pontos, por exemplo. Se o atleta queimar a largada, não tocar a parede com alguma parte do corpo nas viradas ou dar um passo no fundo da piscina, é penalizado em 40 pontos por cada falta.
Novidades cercam a competição
A esgrima e a natação encerram as provas na parte da manhã da disputa no Pentatlo Moderno. O atleta passa por essas duas modalidades ciente de que ainda enfrentará outras três na parte da tarde, decisivas para toda a competição.
A primeira delas é uma das mais charmosas do Pentatlo Moderno, o hipismo. O cavaleiro deve percorrer um trajeto que varia de 350 a 450 metros com 12 obstáculos de no máximo 1,2 m, sendo um duplo e um triplo, totalizando 15 esforços. Cada obstáculo derrubado é penalizado com a perda de 20 pontos e duas quedas levam à interrupção total para o atleta.
“De uma maneira geral, poucos atletas mundiais montam com total segurança e controle o seu animal. Os brasileiros estão entre os melhores no hipismo. Se não nos desconcentrarmos durante a prova, teremos um excelente resultado final”, alerta o Capitão Bila, técnico de hipismo da equipe.
Na equitação do Pentatlo Moderno há uma peculiaridade: o atleta só conhece o cavalo que vai montar minutos antes das apresentações através de um sorteio. O melhor colocado nas duas provas anteriores é o primeiro a sortear o seu e assim sucessivamente. Decidido com qual vai competir, tem 20 minutos para familiarizar-se com o animal.
“Sempre torcemos para pegar bons cavalos. Todos os que estarão na prova são muito bons, mas sempre tem o melhor e o pior. A principal dica é tentar explorar nos animais o que eles têm de bom, ou seja, aproveitar as qualidades para que as dificuldades não atrapalhem o bom resultado. É não ficar tentando mudar o cavalo no aquecimento, e sim se adaptar a ele na realização do percurso”, acrescenta o Capitão Bila.
Terminados os saltos de obstáculos sobre o cavalo, o pentatleta inicia a última etapa da disputa: o evento combinado. Desde que o tiro e a corrida foram englobados para serem executados alternadamente, em janeiro de 2009, a prova ficou mais dinâmica.
“A mudança causou muita polêmica entre atletas do mundo inteiro. Mas não temos dúvida de que a prova ficou mais emocionante, com grandes surpresas a cada evento que acontece e muito mais atrativa para o público que acompanha e prestigia as competições”, destaca o Capitão Sampaio, técnico de tiro da equipe masculina.
Nos Jogos Mundiais Militares Rio 2011 há ainda mais inovações no evento combinado: os disparos do tiro ganharam a ajuda da tecnologia com a adoção da pistola a laser no lugar dos tradicionais artefatos de chumbinho. A novidade foi adotada pela UIPM há cerca de um ano, nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Cingapura. Em todas as quatro etapas e na final da Copa do Mundo da modalidade deste ano, ela foi empregada. Com a competição no Rio, é a segunda vez que a arma será utilizada em um evento multiesportivo. Na capital fluminense, é a primeira vez.
“Como toda mudança, as adaptações são necessárias e os ajustes melhoram com o tempo. Em se tratando de mundial militar, estamos realizando a primeira disputa com o laser em campeonatos do CISM. Desde o início, procuramos acompanhar as alterações e exigências feitas pela UIPM para tornar a nossa competição mais atrativa aos atletas”, acrescenta o Capitão Sampaio.
Na prova, o atleta realiza três séries de cinco acertos alternadas com três mil metros de corrida. A largada segue a ordem da classificação após as disputas anteriores. O melhor colocado sai na frente e os demais em seguida, de acordo com a pontuação transformada em segundos. É a largada tipo "Handicap", onde a diferença de pontos entre os atletas dividida por quatro dá a quantidade em segundos.
Iniciada a prova, os competidores dão a primeira parada para o tiro, tendo que atingir cinco vezes o alvo. Depois, a cada mil metros percorridos, fará novamente os disparos. O alvo fica a 10 metros de distância e com visibilidade para o público, que fica sabendo do resultado de cada atleta imediatamente, já que uma luz verde aparece quando o objetivo for concretizado.
“O evento combinado é uma mudança que veio para ficar, temos que nos adaptar e os ajustes promovidos pelo advento do laser não param de ocorrer, com reflexos diretos no treino de corrida. Esperamos coroar com excelente desempenho os dois últimos anos de trabalho que estamos fazendo visando os Jogos Mundiais”, afirma o Major França, técnico da seleção brasileira feminina militar de Pentatlo Moderno.
Para o Major, que também é responsável pelo treinamento da corrida, do tiro e da natação entre as atletas, durante a disputa, é preciso ter “adrenalina para o necessário, frieza sempre e olhar global sobre a prova”.
No combinado, os principais adversários dos brasileiros são a Polônia, Itália, Coreia do Sul, China, Lituânia e a Ucrânia, no tiro. Já na corrida, os poloneses, letões, italianos e lituanos se destacam.
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