Fábio Corrêa é coordenador-técnico da Confederação da modalidade no Rio e professor de Educação Física em uma escola pública; a dedicação ao esporte vem desde os 8 anos de idade
Um professor, treinador e por muitas vezes conselheiro! A rotina de Fábio Corrêa com seus alunos quase que diariamente lhe exige muito mais do que aprendeu nos anos da faculdade de Educação Física que concluiu em 1997. Como coordenador-técnico da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno (CBPM) no Rio de Janeiro, o carioca de 41 anos tem a nobre missão de revelar novos talentos para a modalidade. Já como professor da rede estadual de ensino, a função é a de levar lazer para jovens estudantes através da prática esportiva.
Obrigações parecidas que o cercam nas 24 horas de seu dia. Ao invés de encarar as duas atividades com um dever, Fábio vê nelas uma grande satisfação pessoal. “Sempre trabalhei com jovens. Eles nos consomem muito, mas também nos dão uma rejuvenescida no espírito muito grande”, compara.
A paixão pelo esporte vem desde a infância, quando tinha apenas oito anos de idade. O início de tudo foi na natação e graças aos resultados que obteve como praticante da modalidade, ganhou uma bolsa para pagar seus estudos no Ensino Superior. Não parou mais. Hoje, além de nadar, corre, encarando, inclusive, provas de longa distância.
“Atividade física para mim é um meio de relaxar e de preparar os trabalhos da equipe. É um momento só meu, onde descarrego todas as mazelas do dia ficando renovado”, conta o treinador-atleta, casado há 10 anos com a também professora de Educação Física Cyntia Tarrafo e pai dos pequenos Fábia, 7 anos, e Daniel, de um aninho.
Depois da graduação, Fábio continuou investindo nos estudos. Completou a pós-graduação de Fisiologia do Exercício e a de Treinamento de Esporte de Alto Rendimento em Endurance, ambas na Universidade Federal Rural do Estado do Rio de Janeiro (UFRRJ). Dos vários aperfeiçoamentos que fez, destaca os de nutrição, biomecânica, natação, atletismo e psicologia do esporte. Tudo pensando no seu melhor aproveitamento como profissional de Educação Física.
“Hoje tenho uma equipe multidisciplinar muito competente, mas nem sempre foi assim. Precisava ter noção de tudo”, justifica.
Assim que se formou, Fábio logo foi aprovado em um concurso público para lecionar na rede estadual de ensino do Rio de Janeiro. Morador de Nilópolis, na Baixada Fluminense, sempre trabalhou em colégios da região. Desde 2000, dá aulas na Escola Estadual Professor Amazor Vieira Borges, em Nova Iguaçu.
“Apesar de ser uma profissão desvalorizada no Brasil, ser professor é apaixonante. Você é capaz de acompanhar o progresso do aluno e isso é muito gratificante. Ver seu trabalho dando resultado no final de um ciclo é algo que não tem preço”, destaca.
Precursor do PentaJovem
Quando em 2009 Fábio Corrêa decidiu embarcar na ideia da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno de criar o PentaJovem, projeto de formação de novos nomes para a modalidade, o hoje coordenador-técnico da entidade já tinha mais de 10 anos de experiência como professor. O convite para a nova empreitada profissional foi aceito imediatamente.
“Fiquei meio assustado, pois até então tinha trabalhado apenas com natação, atletismo, triatlo e maratonas aquáticas. Hoje, junto com os outros treinadores, vejo que estamos ajudando o Pentatlo Moderno do Brasil a chegar a um novo patamar de nível internacional”, analisa.
E como está ajudando! Pouco mais de um ano depois de se tornar o coordenador-técnico da Confederação no Rio para ficar à frente do PentaJovem-RJ, Fábio já viu o suor de seu trabalho dar resultado. Na primeira edição dos Jogos Olímpicos da Juventude, Cingapura 2010, as disputas do Pentatlo Moderno na competição tiveram a presença de dois brasileiros: Mariana Laporte e William Muinhos. Ambos revelados no PentaJovem-RJ.
No país asiático, Fábio viu dois de seus pupilos levarem a bandeira brasileira para uma grande competição internacional. “Estar ali em uma Olimpíada é algo inexplicável. Tudo é muito mágico, pois é um momento profissional onde estão os melhores dos melhores”, relembra, fazendo questão de destacar a importância de seus parceiros no PentaJovem. “Não estaríamos lá sem os demais treinadores da equipe multidisciplinar que trabalham diariamente com os pentatletas”, menciona.
Em 2011, Fábio pôde viver mais um momento histórico de sua carreira na área esportiva. No Campeonato Mundial Júnior, realizado na Argentina, o técnico viu de perto William Muinhos se tornar o primeiro pentatleta brasileiro a avançar para a final masculina de um Mundial de Pentatlo Moderno.
Feliz com a façanha do pentatleta carioca, Fábio dá a receita para conseguir tamanhos resultados: trabalhar duro. “Sem entrega, sem suor e sem dedicação não se chega a lugar nenhum”, defende, dizendo que os cerca de 100 pentatletas que treina na capital fluminense já estão familiarizados com sua didática. “Eles sabem que não me contento com pouco. Para chegar ao lugar mais alto do pódio, precisamos trabalhar mais do que todos”, acredita.
Em tempos de início do novo ciclo olímpico, que chega ao seu auge nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, Fábio vê no PentaJovem um importante aliado para “abastecer” o Pentatlo Moderno nacional e continuar aperfeiçoando os pentatletas já formados. Palavra de quem treina, dentre outros talentos, o atual campeão Brasileiro e Sul-Americano Danilo Fagundes.
“Estamos conseguindo fazer com que estes atletas se preparem para grandes competições como os Jogos Pan-Americanos e as Olimpíadas. Além disso, precisamos manter a hegemonia mesmo colocando os atletas mais jovens”, enfatiza.
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