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Dois anos e muitas conquistas para se orgulhar

09/08/2011 13h52
CBPM


Com 23 anos, Luis Magno é o principal nome masculino do Brasil no Pentatlo Moderno e uma das promessas de medalhas para o país no Pan de Guadalajara

Aos seis anos de idade, quando começou a praticar natação, Luis Magno não imaginou que aquelas primeiras braçadas na piscina iriam ser apenas parte de uma das cinco modalidades que passaria a treinar ao mesmo tempo quando teria acabado de chegar na casa dos ‘inte’. Hoje, 17 anos depois, fica a sensação de que o que começou por diversão virou uma tarefa que passou a exigir muita dedicação e proporcionadora de ainda mais felicidade. As várias medalhas conquistadas no Pentatlo Moderno são provas de que foram muitos os momentos felizes na vida de atleta.

Com seus 23 anos, 24 no próximo dia 25, o paulista de Campinas colhe os frutos de uma bela fase em sua carreira esportiva: é o principal nome masculino do Brasil na modalidade que reúne esgrima, natação, hipismo e o evento combinado de tiro e corrida. O mais impressionante é ver que o posto foi alcançado com apenas dois anos após começar a mergulhar de cabeça nas cinco provas olímpicas.

A coroação deste momento em sua vida é resultado principalmente de uma dupla conquista no início de junho, no Rio de Janeiro. Na Cidade Maravilhosa, o pentatleta se tornou campeão Sul-Americano de 2011, assegurando uma das duas vagas masculinas do Pentatlo Moderno brasileiro para os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em outubro, no México.

“A emoção foi tanta que não me lembro muito bem das coisas que aconteceram naquele dia. O nível de toda a disputa estava muito forte e já no final do combinado, fiquei muito nervoso com a expectativa de conquistar a prova. No final, foi só emoção com técnicos e amigos do lado”, conta Luis Magno.

Um mês depois, o atleta estava novamente nas arenas do Centro Nacional de Pentatlo Moderno (CNPM), no Rio, para um novo desafio.

Integrante da Comissão de Desportos do Exército na capital fluminense (CDE-RJ) como Primeiro Tenente, contribuiu decididamente para que o Pentatlo Moderno brasileiro fizesse sua melhor participação em um Mundial Militar com os Jogos Rio 2011. Subiu ao pódio duas vezes: para receber a medalha de prata por equipes na disputa masculina, juntamente com Wagner Romão e Daniel Santos, e o bronze no revezamento misto, ao lado de Yane Marques.

Bons resultados como estes conquistados no Rio alavancaram sua recente carreira esportiva no Pentatlo Moderno. Magno chega a um nível de alta performance muito antes dos habituais oito anos para a formação de um pentatleta de ponta.

Prova disso foi o 27º lugar que ocupa no ranking mundial da União Internacional do Pentatlo Moderno (UIPM) desde o início de agosto. É o melhor atleta masculino do Brasil na relação. No ranqueamento nacional, está no topo dentre os homens.

“Esse novo ranking é importante para você ver como o nível do Pentatlo Moderno brasileiro cresceu como um todo. Vários amigos pentatletas também passaram a desfrutar de uma boa colocação mundialmente. O trabalho está sendo bem feito e estamos alcançando bons resultados. Espero que isso não se traduza somente em pontuação, mas também em medalhas e novas conquistas”, deseja o atleta.

Campinas-Rio-Porto Alegre

Afirmar que Luis Magno é somente paulista é desconhecer suas andanças pelo país. Nascido em Campinas, não demorou mais do que dois anos de idade para se mudar para a capital fluminense. Treze anos depois (2002), estava mais uma vez na estrada. Desta vez para fixar residência em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

A rotina ao estilo nômade era impulsionada pelo pai, de carreira militar. Como as transferências do patriarca da família nas forças armadas eram inevitáveis, ele levava consigo a esposa e os dois filhos (Magno e sua irmã dois anos mais nova) para onde era realocado.

Engana-se quem acha que o pentatleta teria arrumado suas malas somente para o trajeto Campinas-Rio-Porto Alegre. Em 2004, retornou à sua cidade natal, ao entrar para a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx). No ano seguinte, estava novamente em solo fluminense, na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende, na Região Sul do estado.

Três anos depois (2008), concluiu sua formação na AMAN. A volta para o convívio familiar no Sul do país foi uma boa consequência. Foi designado para um quartel em Sapucaia do Sul, a menos de 20 quilômetros da capital gaúcha.

Tão intensas quanto seu deslocamento pelo país foram suas investidas no esporte. Até chegar ao Pentatlo Moderno, praticou, além da natação na infância, judô, futebol, ginástica olímpica e polo aquático.

“Cheguei a competir profissionalmente nessa época quando era federado pelo Botafogo, no Rio. Participei de campeonatos brasileiros, ganhei medalhas principalmente no Rio Grande do Sul e depois na vida militar”, revela.

Quando estudava no Colégio Militar em Porto Alegre, chegou a figurar em provas de biatlo (natação e corrida). Até então, era o máximo de diferentes modalidades que havia encarado em uma mesma competição.

“Tudo era bem esporádico, sem nenhuma intenção de me profissionalizar. Com o tempo, fui me vislumbrando com o Pentatlo Moderno e até cheguei a participar de alguns treinos na AMAN, mas não consegui levar à diante naquele momento”, diz.

Somente quando se formou na Academia e voltou para o Rio Grande do Sul é que entrou para a modalidade. Já era 2009 e começou a treinar com o Major França, atual técnico da seleção brasileira feminina militar de Pentatlo Moderno, em Porto Alegre.

Pronto! Sua credencial de pentatleta teria sido conseguida com o pé direito. Poucos meses depois, foi convocado pela CDE, onde passou a intensificar sua formação no Rio de Janeiro, com o seu atual técnico, o Major Rolim, em sua maior parte na Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx).

E tem sido assim atualmente. Magno se divide entre os treinos na capital fluminense e a convivência com a família no Sul do país. A rotina diária não poderia ser diferente para quem se prepara para ser um superatleta.

O aperfeiçoamento nas cinco modalidades acontece de segunda a sexta de 8h às 18h e aos sábados na parte da manhã. A saudade da família é matada quando consegue se afastar por alguns dias.

“No ano passado, estava indo mais para o Rio Grande do Sul. Neste ano, só fui duas vezes. Tenho reduzido as viagens também para não perder o ritmo e ficar fora de forma, já que no Rio a estrutura de treinamento é muito boa”, relata.

E se depender das competições programadas até dezembro, o aconchego dos pais será ainda mais raro. Em setembro, o pentatleta participa do Campeonato Mundial, em Moscou, na Rússia.

“Depois dos bons resultados nos Jogos Mundiais Militares, ficamos bem animados com o que pode acontecer no Campeonato Mundial. Toda a equipe tem tido um crescimento bem acentuado, com melhora na esgrima e no evento combinado, provas que temos que ajustar algumas deficiências”, projeta Magno.

A competição é uma das principais do calendário da União Internacional de Pentatlo Moderno. Vai ter a presença dos melhores do mundo, contando importantes pontos para o ranking mundial e três das 36 vagas para os Jogos Olímpicos de Londres, no ano que vem.

Um mês depois, no Pan de Guadalajara também vai haver classificação para a disputa na capital inglesa. No México, quatro pentatletas serão os felizardos.

“Participar dos Jogos Olímpicos é o sonho de todo atleta e o Pan é uma grande chance de buscar uma vaga para essa competição. Com certeza, é uma motivação a mais e gera uma ansiedade saber que estou lutando por uma vaga que será muito disputada, mas que tenho totais chances de conseguir”, finaliza.

 


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