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Carioca se divide entre Pentatlo Moderno e Naval

16/08/2013 15h12
CBPM


Praticando 10 modalidades totalmente distintas, Simone Lima alcançou, no último mês, um feito histórico para o Brasil: se tornou a primeira brasileira campeã Mundial do Pentatlo Naval

Se para um atleta de alto rendimento a rotina diária para alcançar o seu melhor já é uma árdua tarefa, multiplique isso por cinco. Este passa a ser o dia a dia de um atleta do Pentatlo Moderno, por exemplo, que treina esgrima, natação, hipismo e o evento combinado de tiro a laser e corrida. Agora, dobre mais uma vez o número de modalidades. Esta passa a ser, então, a realidade da carioca Simone Lima, atleta do Pentatlo Moderno e do Pentatlo Naval.

Militar da Marinha do Brasil, Simone se desdobra para encarar 10 provas (somando as duas modalidades) totalmente distintas. Aos 31 anos de idade, a energia para praticar esporte já deu resultado. No Campeonato Mundial de Pentatlo Naval, que aconteceu no último mês, no Centro de Educação Física Adalberto Nunes (Cefam), no Rio de Janeiro, a carioca entrou para a história do esporte. Ela se tornou a primeira brasileira a conquistar um Mundial de Pentatlo Naval, melhorando e muito seu resultado no Mundial do ano passado, quando foi bronze.

Competindo com outras 13 atletas de oito países, a façanha de Simone não para por ai. Com o somatório de 6.227 pontos, ela quebrou o recorde mundial de maior pontuadora da modalidade. A marca de até então era da finlandesa Terhi Pyyhtia-Sassi, sete vezes campeã mundial seguida, que chegou somente aos 6.098 pontos.

“O resultado para mim é de grande satisfação pessoal. Era algo que eu queria muito conseguir. A Marinha ficou muito feliz com o meu feito inédito e estou muito honrada de ter entrado para a história da modalidade e do esporte das forças armadas”, avalia a marinheira.

No torneio, Simone também quebrou o recorde de pontuação da prova de Natação de Salvamento (54min7s) e de Natação Utilitária (50min7s). Após as ótimas marcas, a carioca dividiu lugar no pódio com a sueca Cecilia Sjöholm, prata ao somar 6.038 pontos, e a finlandesa Jenna Säkkinen, bronze (5.985). A brasileira ainda recebeu mais um ouro, pela disputa por equipes, juntamente com Jéssica Lessa e Fabiane Marinho. Juntas, elas somaram 12.142 pontos. O segundo lugar do evento em grupo ficou com a Finlândia (11.947) e o terceiro com a Suécia (11.711).

Simone pratica Pentatlo Moderno há bem menos tempo do que o Pentatlo Naval. Enquanto treina o primeiro desde outubro do ano passado, se dedica ao segundo desde que entrou para a Marinha, em 2009. Seu aperfeiçoamento é feito no centro de treinamento da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno (CBPM) em Deodoro, na Zona Oeste do Rio.

“O meu técnico, o Comandante Coelho, já foi atleta do Pentatlo Moderno e me incentivou a entrar para a modalidade. Ele viu que eu tinha jeito para o esporte. Fiquei bem animada já que o Pentatlo Moderno é um esporte olímpico e o sonho de todo atleta é competir em uma Olimpíada”, conta Simone.

Além do ouro no Mundial deste ano e do bronze no ano passado, Simone tem outras grandes conquistas no Pentatlo Naval. Em 2010, foi campeã em um torneio internacional na Espanha e nos Jogos Mundiais Militares de 2011, no Rio, foi bronze.

Mundial de Pentatlo Moderno à vista

A estreia de Simone em competições internacionais do Pentatlo Moderno vai acontecer em grande estilo. Por causa do bom desempenho no esporte, ela vai integrar a delegação brasileira que vai competir no Mundial Sênior de Pentatlo Moderno, principal torneio do ano para a modalidade, que começa na próxima quarta-feira, 21, em Taiwan.

“O Pentatlo Moderno é muito diferente do Pentatlo Naval, mas estou empolgadíssima. Vai ser uma experiência boa com novas adrenalinas”, diz Simone.

As modalidades realmente são diferentes. Se no Pentatlo Moderno, os cinco esportes se baseiam na lenda do cavaleiro que, para levar uma mensagem, partiu em um cavalo, enfrentou adversários com uma arma de fogo e uma espada e nadou e correu para completar seu destino, no Naval, a dinâmica é outra. Nele, as cinco provas simulam o ambiente de atuação dos militares.

A disputa acontece em quatro dias seguidos (no Pentatlo Moderno tudo é realizado em apenas um), começando pela Pista de Obstáculos. Nela, o pentatleta precisa atravessar um percurso que varia de 305 (para os homens) a 280 metros (mulheres), com 10 (no caso deles) ou 9 (para elas) obstáculos, simulando a rotina dos marinheiros e dos fuzileiros navais como o lançamento de granada, por exemplo.

“Depois, é hora de cair na água com a Natação de Salvamento. Na prova, o pentatleta, usando uma vestimenta militar (para as mulheres não há essa obrigatoriedade), nada 50 metros numa piscina para resgatar um boneco de 1,5 kg a três metros de profundidade. Depois, é preciso carregá-lo por 75m e, durante o salvamento, o pentatleta precisa se desfazer da roupa, no caso dos homens”, explica Simone.

A terceira prova é a Natação Utilitária, onde o pentatleta nada de 125 (masculino) a 100 metros (feminino), passando por algumas dificuldades, como carregar uma réplica de fuzil, por exemplo. Já a prova de Habilidades Navais é realizada em etapas em terra e no mar, onde o competidor precisa confeccionar nó marinheiro, remar em ziguezague e manejar peças metálicas típicas utilizadas em navios, por exemplo. Por fim, chega a vez do Cross-Country Anfíbio, que une uma corrida de 2.500 metros intercalada com tiro de rifle calibre 22 a uma distância de 50m, remada de 100m em bote e lançamento de granada.

Em Taiwan, Simone vai enfrentar suas adversárias em duelos com a espada na esgrima, terá que nadar 200 metros estilo livre na natação, saltar 12 obstáculos com o cavalo (totalizando 15 esforços) no hipismo e completar quatro séries de 800 metros de corrida intercaladas com cinco acertos de tiro a laser no evento combinado.

No país asiático, a carioca terá a companhia dos brasileiros Danilo Fagundes, Felipe Nascimentos, Priscila Oliveira, William Muinhos e Yane Marques. Todos eles embarcam para o torneio neste sábado, 17.

“Vou participar do Mundial com a intenção de ganhar experiência e bagagem para as próximas competições”, projeta a pentatleta.


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