A pernambucana Yane Marques e a atual campeã olímpica, a alemã Lena Schoneborn, foram as únicas a permanecer durante todo o ano entre as 10 primeiras. No masculino, William Muinhos é o destaque brasileiro por ter liderado a categoria Jovem A
O Brasil ainda colhe os frutos de uma ótima temporada em 2011 no Pentatlo Moderno mundial. Em balanço divulgado nesta semana, a União Internacional de Pentatlo Moderno (UIPM) cita o país como um dos dois únicos que se mantiveram entre os 10 primeiros lugares no ranking mundial feminino durante todo o ano passado. O excelente resultado foi graças às conquistas da pernambucana Yane Marques.
Com ótimos desempenhos, a atual sexta melhor do mundo, chegou ao TOP 3 da entidade. Além do Brasil, a Alemanha também ganhou destaque no levantamento da UIPM, por causa de Lena Schoneborn, atual campeã olímpica e número um do mundo.
“O terceiro lugar no ranking mundial significa que o Pentatlo no Brasil hoje vive um bom momento. Todo investimento e apoio que tive da Confederação, do COB e do Exército me impulsionaram para que eu tivesse condições de chegar ao terceiro lugar”, justifica a pentatleta.
Em 2011, Yane Marques teve uma temporada intensa. Participou de competições em sete países, dentre elas, todas as quatro etapas e a final da Copa do Mundo, o Campeonato Mundial da Rússia, os Jogos Mundiais Militares e o Pan-Americano de Guadalajara. Os resultados cada vez melhores levaram a pernambucana à posições inéditas para sua carreira e para o Pentatlo Moderno brasileiro.
Após percorrer três continentes para participar das quatro etapas da Copa do Mundo (EUA, Itália, Hungria e China), chegou para disputar a grande final da competição, na sede dos Jogos Olímpicos de 2012, Londres (Inglaterra), em quarto lugar geral na classificação até então.
Nos Jogos Mundiais Militares, em julho, no Rio de Janeiro, a pentatleta subiu no pódio de todas as disputas que participou. Ganhou a prata individual, o ouro por equipes e o bronze no revezamento misto, ao lado de Luis Magno. A emoção de ter a torcida ao lado de grandes vitórias foi única para a pernambucana.
“Sou muito grata ao apoio que recebo do Exército. Poder retribuir com medalhas me deixa feliz demais e com a sensação de dever cumprido”, acrescenta.
Em outubro, nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México, conquistou a medalha de prata e carimbou seu passaporte paras as Olimpíadas deste ano. A classificação antecipada a mais de oito meses para Londres 2012 deu um valioso tempo para a pentatleta focar sua preparação.
“A prata foi justa. Fiz o que pude para chegar ao Pan em boas condições para tentar uma medalha. O Pentatlo é muito difícil e as coisas mudam muito no decorrer da prova. Basta você se descuidar por um segundo e o final da prova muda completamente. Fiquei feliz. Acho que mereci a prata, assim como a norte-americana Margaux Isaksen o ouro”, acredita.
Logo após Guadalajara, o treinamento para as Olimpíadas foi iniciado. Tendo apenas duas semanas de férias desde então, participou de aperfeiçoamentos fora do país, principalmente com ênfase na esgrima. A pentatleta afirma ter conseguido resultados constantes, não só no aspecto físico, como também taticamente.
“Os treinos estão árduos, mas vai valer à pena. Espero continuar melhorando minhas marcas. Vou treinar para isso”, espera.
No masculino, jovem de 18 anos levou Brasil ao topo
Enquanto Yane Marques permaneceu entre as 10 melhores do mundo no ranking mundial feminino da UIPM durante todo o ano de 2011, William Muinhos conseguiu chegar ao topo da categoria Jovem A. Além de ter sido o melhor do mundo, o pentatleta permaneceu boa parte do ano no TOP 3 do ranqueamento.
Revelado no PentaJovem, projeto que a Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno (CBPM) mantém há quase três anos no Rio e em Recife para a formação de novos nomes na modalidade, o pentatleta vem seguindo o exemplo de Yane. Aos 18 anos, já coleciona resultados inéditos para o país.
Um mês depois de fazer uma excelente participação no Sul-Americano, em junho, no Rio de Janeiro, Muinhos levou a bandeira brasileira para o pódio do Campeonato Norceca (Américas do Norte e Central), evento pré-Pan, em Guadalajara. Ao lado de Danilo Fagundes, foi prata no revezamento masculino do torneio. Um momento que acredita ficar na história da carreira deles.
“Uma emoção inenarrável, onde passaram em nossas cabeças todos os treinamentos e dificuldades. Ali no pódio foram recarregadas todas as energias para prosseguir. Foi uma conquista que nos motivou a treinar mais e mais”, relembra.
A temporada também foi marcante para o jovem pentatleta por ele ter participado de todos os mundiais do Pentatlo Moderno. No Jovem A, disputado em agosto, na Turquia, chegou como o melhor do mundo, segundo o ranking, e sentiu a pressão do favoritismo. Mas isso não tirou seu brilho.
O pentatleta ‘voou baixo’ no evento combinado de tiro e corrida, fazendo o segundo melhor tempo entre 80 adversários e conseguiu um resultado melhor do que o planejado: o 14º lugar na classificação geral.
“Foi gratificante ficar durante alguns meses no topo e durante o ano entre os três. No Mundial Jovem A, todos me olhavam com outra cara, já se perguntando: ‘Quem é esse William Muinhos que está no topo?’. Consegui ficar entre os vinte primeiros. Foi a competição mais emocionante de todas”, relata.
Três meses depois, na Argentina, no Mundial Júnior, fez história para seu país. Foi o primeiro pentatleta brasileiro a chegar a uma final masculina de um Mundial. O carioca diz ter ficado honrado por mostrar para o mundo que o Pentatlo Moderno brasileiro está crescendo e chegando cada vez mais para brigar de igual com outros países.
Em sua empreitada na modalidade, William conta com a ajuda do Bolsa-Atleta do Ministério do Esporte. “É primordial. Com ele podemos arcar com as despesas de material, transporte e alimentação”, defende.
Para seus treinamentos nas cinco modalidades, tem a disposição o Centro Nacional de Pentatlo Moderno (CNPM), construído em Deodoro, na Zona Oeste do Rio, para os Jogos Pan-Americanos de 2007 na cidade. “É um local onde podemos treinar todas as modalidades, mas ainda deve melhorar e muito, como uma sala de arma de esgrima que não temos”, analisa.
Com os pés no chão, o pentatleta já tem suas metas bem definidas para sua carreira esportiva.
“O objetivo é começar o ciclo para 2016, onde quero muito participar das Olimpíadas do Rio de Janeiro. Acredito que poder rodar os circuitos mundiais será uma boa para adquirir mais e mais experiência até os Jogos”, espera.
Confira AQUI o relatório da UIPM sobre o ranking de 2011
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