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“A fundação da CBPM encheu-me de esperanças”

04/11/2011 09h40
CBPM

Mais experiente pentatleta brasileiro em atividade esteve presente em todos os momentos da primeira década de existência da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno

Há 10 anos atrás, Daniel Santos presenciava um momento histórico para o esporte nacional. Via de perto a fundação da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno (CBPM). Mais do que ver, o gaúcho marcou presença como um dos pentatletas que assinaram a ata de criação da nova entidade. Dez anos depois, o nome mais experiente da modalidade em atividade guarda na memória a lembrança daquilo que marcou sua vida esportiva.

“Em 2001, eu estava recém-formado, cheio de dúvidas na minha carreira, mas mantive o foco nos treinamentos. A fundação da CBPM encheu-me de esperanças em relação ao meu desenvolvimento no esporte”, relembra Daniel.

Naquela ocasião, o atleta estava há apenas dois anos no Pentatlo Moderno. Com então 22 anos, tinha acabado de se formar na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende, na Região Sul Fluminense. O diploma como oficial de cavalaria já lhe credenciava como um forte oponente em pelo menos uma das provas da modalidade: o hipismo.

Mas o atleta já tinha conseguido mostrar resultados também na esgrima, na natação, no tiro e na corrida. Daniel Santos era um dos principais pentatletas brasileiros e estava em busca do sonho da vaga olímpica. Na época, o Brasil mantinha um jejum de quatro décadas do Pentatlo Moderno em uma Olimpíada.

“Era impensável e, para muitos, um sonho distante. O surgimento da CBPM se deu num momento de indefinição dos rumos do Pentatlo Moderno brasileiro. Estávamos ligados à Confederação Brasileira de Desportos Terrestres (CBDT) e os recursos eram divididos entre várias modalidades, sobrando muito pouco para a gente”, revela.

A indefinição virou certeza de dias melhores. Daniel carimbou seu passaporte para Atenas 2004 e deslanchou sua carreira de pentatleta. Foi vice-campeão Sul-Americano e sexto no Pan-Americano de Santo Domingo, ambos em 2003. Nos Jogos da Grécia, ficou em 29º, um bom resultado para um país sem tradição na modalidade e que voltava ao torneio depois de Tóquio 1964.

Nos anos seguintes, Daniel se consagrou campeão Sul-Americano em 2006, medalha de bronze no Campeonato Norceca (Américas do Norte e Central) em 2007 e foi oitavo no Pan no Rio. A CBPM dava seus primeiros passos e Santos suas espaçosas caminhadas.

“Nesses 10 anos, muitas mudanças aconteceram na estrutura da CBPM, mas tudo em prol do desenvolvimento do esporte. Acredito que crescemos muito na parte de organização de competições, tanto nacionais, quanto internacionais. Hoje, temos muitos árbitros que não foram pentatletas e atuam em diversas competições. Essa experiência nos traz credibilidade para sediar eventos importantes aqui no Brasil, como foi a Copa do Mundo em 2004, a Final da Copa em 2009 e agora uma nova etapa da competição em 2012”, conta.

E experiências em competições Daniel Santos tem de sobra, tanto no Pentatlo Moderno quanto em outras modalidades. A esgrima é uma delas. Desde que fez um curso da luta com espada, começou a dar aulas na AMAN e vem se destacando nos duelos que enfrenta separadamente. Tamanha dedicação já lhe rendeu importantes títulos nacionais.

Foi medalha de bronze no Campeonato Brasileiro de Esgrima de 2007 e é bicampeão nacional na categoria espada (2008 e 2010). Resultados que condizem com aqueles que são chamados de superatletas. Daniel expandiu seus horizontes e vê que seus companheiros também conseguiram fazer o mesmo nesses primeiros 10 anos de CBPM.

“Vejo que muitas coisas mudaram para melhor. Hoje, os atletas pensam em concretizar o sonho da vaga olímpica. E todos sabem que é possível. Temos chances reais de colocarmos mais do que dois atletas nas Olimpíadas de Londres”, analisa.

As palavras do pentatleta exemplificam uma vontade que começou em 2001, com a fundação da CBPM. Representar os brasileiros na modalidade em território nacional e internacional foi uma visão inovadora tida por pioneiros que levaram a ideia à diante. Mais do que projetar a evolução do Pentatlo Moderno brasileiro foi preciso dedicação para fazer as coisas acontecerem.

A Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno chega em sua primeira década com números qualitativa e quantitativamente positivos. Atualmente, são cerca de 150 atletas em atividade, um projeto de formação de base, o PentaJovem, a pleno andamento no Rio de Janeiro e em Recife e uma brasileira, a pernambucana Yane Marques, se mantendo entre as 10 melhores do mundo há mais de um ano, segundo a União Internacional de Pentatlo Moderno (UIPM).

“É um momento ímpar. Temos atletas em todas as categorias, tanto no masculino quanto no feminino, crescendo muito e ganhando bastante experiência. Com isso, alcançamos um prestígio internacional junto à UIPM que antes não tínhamos e isso mostra o trabalho desenvolvido e a seriedade daqueles que labutam dia e noite para elevar o nome do Brasil nesse esporte”, comemora Daniel.

O próprio experiente pentatleta sabe da grandiosidade dos resultados e do longo trabalho pela frente.

“Espero que as equipes de base que estão adquirindo experiência consigam chegar em 2015 ou 2019 num nível de competitividade que possamos sonhar com a medalha olímpica nos Jogos subseqüentes. Desejo sorte a todos e muito trabalho para chegarmos num degrau ainda mais alto”, torce.


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