William Muinhos vira recordista mundial Júnior

Brasileiro é dono da marca da série de tiro mais rápida na principal categoria de base da modalidade

Ele tem o gatilho mais rápido do Pentatlo Moderno. Pelo menos na categoria Júnior do esporte olímpico que reúne esgrima, natação, hipismo e o evento combinado de tiro a laser e corrida, ninguém atira mais rápido do que ele. O brasileiro William Muinhos acaba de ser confirmado pela União Internacional de Pentatlo Moderno (UIPM) como o dono do recorde mundial de série de tiro da categoria Júnior da modalidade, principal categoria de base do esporte.

O feito do carioca de 20 anos aconteceu no último Mundial Júnior, realizado no fim de julho, na Hungria. Na qualificação do torneio, na primeira das quatro séries do evento combinado, ele acertou os cinco disparos de tiro em apenas 8s, sem errar nenhum disparo.

“Fiquei muito feliz pelo recorde. Não acreditei quando vi no site da UIPM. Tive que atualizar algumas vezes a página para ver que o que estava diante dos meus olhos era verdade”, comemora William.

O pentatleta atribui a façanha inédita pelo fato de se dedicar mais ao tiro dentre as cinco provas da modalidade. Revelado no PentaJovem, projeto que a Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno (CBPM) mantém no Rio de Janeiro, em Pernambuco e em São Paulo para a descoberta e formação de novos nomes no esporte, ele não esconde a preferência pelos disparos com o armamento a laser.

“Eu treino mais tiro, que acaba sendo o meu melhor esporte. No nosso dia a dia, após o treino do combinado, ficamos livres para atirar e fazer teste isométrico, contra o relógio, para ter o maior número de acertos em um determinado tempo. Em casa, também aproveito o tempo livre para atirar. Gosto muito de ficar ‘brigando’ com o relógio. Isso tudo foi primordial para eu chegar na competição preparado para atirar tão bem”, William destaca.

O coordenador-técnico da CBPM no Rio de Janeiro também atribui o recorde mundial de William ao trabalho duro do carioca nos treinamentos. Para Fábio Corrêa, o pentatleta descobriu uma facilidade para atirar depois que começou a praticar o Pentatlo Moderno.

“O tiro é a prova que ele mais se destaca e isso tudo foi consequência de um trabalho muito intenso no dia a dia dele. Recorde mundial é uma das coisas que todo atleta busca, mas só é possível com muito trabalho e isso o William faz com louvor”, o técnico elogia.

Muitas façanhas no Pentatlo

O instrutor de tiro do pentatleta também reconhece a facilidade do novo recordista na prova de tiro do Pentatlo Moderno. Clóvis Sasaqui diz que William tira vantagem nas provas principalmente pela dedicação que tem nos treinos.

“Tecnicamente falando, ele já tinha condições de bater este recorde há muito tempo. Isso não aconteceu antes porque ele ficava na expectativa de fazê-lo. Nos treinos, ele atirava muito mais rápido do que os recordes anteriores, mas nas competições o lado psicológico atrapalhava muito”, avalia Clóvis.

E essa não é a primeira vez que William alcança um feito inédito no Pentatlo Moderno. Em julho de 2011, então com 18 anos, o carioca chegou a liderar o ranking mundial Jovem A da modalidade (para atletas de 17 e 18 anos). Poucos meses depois, se tornou o primeiro brasileiro a avançar até uma final masculina de um Mundial de Pentatlo Moderno, feito obtido no Mundial Júnior da Argentina, quando ainda era atleta Jovem A.

Os resultados inéditos de William não param por aí. No início deste ano, ele figurou no Top 20 do ranking mundial Júnior, em 18º (para competidores de 19 a 21 anos). No Mundial Júnior da Hungria, em julho, voltou a avançar até a Final do torneio. Na competição, ele e o pernambucano Felipe Nascimento fizeram com que o Brasil tivesse pela primeira vez dois pentatletas em uma final masculina de um Mundial de Pentatlo Moderno.

Com tantos resultados expressivos na modalidade e agora o recorde mundial Júnior de tiro, o carioca integrante do projeto Bolsa Atleta do Ministério do Esporte já mira o seu próximo objetivo.

“Agora quero superar o recorde Sênior”, dispara William, sobre a marca de 7s75 do búlgaro Dimitar Krastanov, alcançada na quarta etapa da Copa do Mundo deste ano, também na Hungria.

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