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Pentatletas brasileiros já estão no México

13/10/2011 14h59
CBPM


De olho nas vagas olímpicas em jogo, delegação brasileira de Pentatlo Moderno chega à cidade do Pan mexicano após aclimatação de 15 dias nos Estados Unidos

Os pentatletas brasileiros que vão competir nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara já estão no México. Tendo o maior evento esportivo das Américas como a principal competição do ano, Luis Magno, Priscila Oliveira, Wagner Romão e Yane Marques chegaram nesta terça-feira, dia 11, à cidade do Pan depois de uma aclimatação de 15 dias no estado norte-americano de Colorado. Eles encaram as disputas da modalidade já no próximo fim de semana, dias 15 e 16.

Nos Estados Unidos, os quatro pentatletas puderam se acostumar com as condições geográficas locais semelhantes à de Guadalajara. Mas o ‘camp training’ possibilitou outras vantagens que não seriam possíveis caso eles viajassem do Brasil direto para a cidade mexicana.

No Centro de Treinamento Olímpico Americano, em Colorado Springs, além de se deparar com uma excelente estrutura física, já que o CT é um dos melhores do mundo, os brasileiros tiveram a companhia de alguns de seus adversários no Pan. Além do Brasil, e dos Estados Unidos, claro, Argentina, Canadá, República Dominicana e o Chile estavam com seus atletas na aclimatação.

“A estrutura física das instalações de lá é excepcional, a alimentação é perfeita e tudo é muito perto. Estivemos também muito bem servidos na parte de fisioterapia. Foi pouquíssimo tempo de translado até os treinos e isso facilitou muito. A gente treinou bem e tem bastante tempo para se recuperar. Deu para focar só no Pan”, destaca Yane Marques.

E o foco em Guadalajara está na cabeça da atleta de 27 anos ao longo de toda a temporada. A medalha de ouro no Pan do Rio chega ao México em busca do sonhado bicampeonato. O lugar mais alto no pódio será a coroação máxima de um ano intenso de competições.

Em 2011, a pernambucana participou de todas as quatro etapas da Copa do Mundo, chegando em quarto lugar geral para disputar a grande final, em julho, na Inglaterra. No mesmo mês, subiu no pódio em todas as três disputas que esteve presente nos Jogos Mundiais Militares, no Rio de Janeiro. Conquistou um ouro por equipes, ao lado de Larissa Lellys e Priscila Oliveira, a prata individual e o bronze no revezamento misto com Luis Mago.

Os recentes excelentes resultados fazem com que Yane se mantenha há mais de um ano entre as 10 melhores do mundo, chegando a ocupar por dois meses consecutivos o terceiro lugar do ranking mundial segundo a União Internacional de Pentatlo Moderno (UIPM).

“Vou para o Pan em busca do meu melhor. Quero melhorar minha natação e fazer a mesma corrida que fiz agora no Mundial que, diga-se de passagem, foi massa. Se tiver o mesmo desempenho que tive no tiro também, vou ficar muito feliz. Estou sempre pensando em melhorar minhas marcas, acreditando que o resultado bom será uma consequência disso”, sinaliza.

42 atletas e oito vagas

As provas do Pentatlo Moderno em Guadalajara já acontecem nos primeiros dias de disputas do Pan. No sábado, dia 15, as mulheres se enfrentam e no domingo, 16, será a vez dos homens. Os 42 atletas (17 no feminino e 25 no masculino) vão passar pelas provas de esgrima, natação, hipismo e o evento combinado de tiro e corrida em uma única arena, o Club Hípica. Estarão representados, além do Brasil e do anfitrião México, Argentina, Canadá, Chile, Cuba, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Panamá, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

Além da hegemonia continental, os 42 pentatletas estão de olho nas oito vagas olímpicas em jogo. Vão se garantir para as Olimpíadas de Londres, no ano que vem, os medalhistas de ouro e prata, e os melhores atletas sul-americanos e Norceca (dos países das América do Norte e Central, juntos), tanto na disputa feminina quanto na masculina. Pelo regulamento da qualificação, os quatro atletas de cada gênero precisam ser de países diferentes.

Yane pode repetir o feito de quatro anos atrás, quando se garantiu em Pequim 2008 pelo ouro ganho no Pan do Rio. Ao lado dela, a também pernambucana Priscila de Oliveira, estreante na competição, não esconde as intenções de carimbar seu passaporte para os Jogos da Inglaterra.

“Com certeza estou de olho nas vagas olímpicas. Também já sei como posso garantir a minha. Caso não consiga me classificar pelo Pan, mas faça uma boa pontuação na competição, junto este a mais dois bons desempenhos futuros e, pela qualificação que será feita através do ranking mundial, terei reais chances de conseguir uma das vagas olímpicas para o país”, projeta Priscila.

A pentatleta chega em Guadalajara como a atual bicampeã sul-americana. Há quatro anos no Pan do Rio, era uma das mais de 90 mil pessoas presentes na cerimônia de abertura no estádio do Maracanã. Ali como espectadora, se encantou e traçou sua meta para os quatro anos que viriam: competir no México.

“Nosso planejamento vem dando certo com os objetivos traçados e posso garantir que os jogos são o nosso principal objetivo nesse ano. Minha expectativa é de me sair muito bem na esgrima, melhorar na natação, dar sorte e ter muita concentração no hipismo, fazer uma prova de tiro constante e correr muito bem. Quero fazer o meu melhor em cada etapa”, espera a atleta de 22 anos.

Estreando também em um Pan está Luis Magno. O paulista, que chega à maior competição das Américas aos 24 anos de idade, tem se mostrado como uma bela surpresa para o Pentatlo Moderno brasileiro. Com pouco mais de dois anos na modalidade, já se tornou o principal pentatleta do país, com conquistas que vão de um sul-americano à prata e um bronze nos Jogos Mundiais Militares de 2011.

De carreira militar, o Primeiro Tenente do Exército Brasileiro está no esporte desde a infância. Da natação, que começou a praticar com seis anos, passou pelo judô, futebol, ginástica olímpica e o polo aquático até chegar ao Pentatlo Moderno.

Foi conhecer o esporte de cinco modalidades no Rio Grande do Sul, através do atual técnico, o Major Alexandre França. De lá pra cá, os números parecem estar a seu favor: Dois anos de Pentatlo Moderno, um sul-americano conquistado, duas vezes no pódio em Rio 2011, um Pan-Americano na bagagem e por que não uma credencial para uma olimpíada já?

“Estou me sentindo muito confiante, principalmente no treino, chegando muito bem preparado para essa prova. Espero conseguir uma medalha e principalmente lutar pela vaga olímpica”, vislumbra.

Quem também chega à Guadalajara com patente militar é o já experiente Wagner Romão. O sergipano de 33 anos já é figura carimbada no Pentatlo Moderno brasileiro. Com um terço de sua vida dedicada à modalidade, passou por altos e baixos em sua carreira e vem se mantendo como um dos principais pentatletas brasileiros nos últimos anos.

Chegou ao Pentatlo através do já veterano Daniel Santos, em 1999. Ao longo desses anos, a coleção de títulos impressiona: tricampeão brasileiro (2006, 2008 e 2010), vice-campeão sul-americano (2005 e 2006), campeão sul-americano de 2007 e a prata por equipes nos Jogos Mundiais Militares do Rio. Vai para as disputas no Pan confiante, tendo aproveitado bem a aclimatação em Colorado Springs.

“Um dos fatos bons da nossa temporada no Colorado foi o isolamento. Lá vivemos 24 horas de Pentatlo. Sair da rotina da vida em casa é muito importante próximo a uma competição como essa. Sem problemas para resolver, o atleta fica com a cabeça voltada somente para o treinamento, descanso e alimentação, fora a preparação mental que também é muito importante. Vale a pena a distância”, defende.

Romão já esteve em um Pan. Foi no Rio de Janeiro, em 2007. Mas as lembranças não são muito boas. Nos 10 dias finais de preparação para a competição, sofreu um violento acidente caindo do cavalo. Foi levado de ambulância para o hospital e estava bastante preocupado com sua coluna. Felizmente, após vários exames, não foi constatado nada grave.

No entanto, por causa das sessões de fisioterapia que chegou a fazer saiu de forma, chegando a circular de cadeira de rodas por alguns dias pela Vila Pan-Americana. O incidente fez com que ficasse em 11º na capital fluminense. Desta vez, no México, a situação é bem diferente.

“Hoje considero que possuo dois fatores importantes para um bom atleta: um excelente preparo físico aliado a uma maturidade psicológica muito boa. A expectativa de desempenho é fazer o melhor em cada prova. Tenho minhas metas pessoais em algumas etapas, mas o resultado não depende só de mim. São os melhores das Américas reunidos. É muita gente boa”, diz.

E no meio dessa gente boa, muitos atletas de alto nível, que vem se destacando, assim como os brasileiros, em competições internacionais. No feminino, Yane e Priscila vão ter que ficar de olho na norte-americana Margaux Isaksen (atual 18º no ranking mundial, vice-campeã pan-americana da categoria e prata na Primeira Etapa da Copa do Mundo de 2010, no México) e na canadense Donna Vakalis (32ª, quinta no Campeonato Norceca 2011 (Américas do Norte e Central) e no Pan-Americano da categoria no ano passado).

Dentre os homens, os principais adversários continentais de Luis Magno e Wagner Romão são Emanuel Zapata (18º no ranking mundial, bronze nos Jogos Mundiais Militares do Rio e atual vice-campeão sul-americano) e o norte-americano Dennis Browhser (39º), quarto nos Jogos Rio 2011 e campeão Norceca de 2009.


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